segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Memórias do "facista"

Não pude evitar - desta vez, eu! - um sorriso, quando me dei conta de que o PC tinha instalado o QG, no antigo Hotel Victória.
Recuei mais de trinta anos. E lembrei-me das manifestações do 1º de Dezembro que tinham o "horroroso hábito" de encher, literalmente, a Av. da Liberdade, para grande desespero dos "democratas".
Vera Lagoa, Esteves Pinto, Penha Coutinho que à época cronicava semanalmente no Tempo (e bem) sob o pseudónimo de Manuel de Portugal, Manuel Múrias, entre outros, eram os grandes mentores daquele dia, sempre politicamente glorioso.
Claro que a passagem diante do referido local gerava, invariavelmente, aquela confusão pela qual todos nós ansiàvamos.
Ainda a "cabeça" da manifestação não tinha saído do Marquês, já os alarves berravam a plenos pulmões (do interior do edifício, como é bom de ver!) que, "a reacção não passará"! "Abaixo a reacção"!
- Esperem aí que já tratamos do vosso caso, gritava sempre a mesma dúzia de indefectíveis e abomináveis adeptos do "facismo", entre os quais se incluía este vosso escriba.
Escusado será dizer que já estávamos devidamente municiados com todos os "paralelos" que tinhamos conseguido "arregimentar"!
Quando chegávamos às proximidades, a gritaria continuava mas, por estranho que possa parecer, já não se viam aquelas fuças mal lavadas, ataviados com camisolas de gola alta - em fibra, por supuesto - e, como não, calças à "boca de sino" que era a imagem de marca que gostavam de ostentar. Tinham-se escondido e...cometiam sempre o mesmo erro clamoroso. Fechavam as janelas!
A única coisa que posso assegurar é que muito dinheiro devem ter gasto, todos os anos, a substituir a "vidraria" toda.
E, não menos importante, nunca mais desceram à rua. Pudera, ainda se lembravam de dois alentejanos que, num qualquer ano anterior - se entretiveram a "escangalhar o penteado" a três ou quatro jovens democratas que tinham tido a veleidade de exibir o fácies na rua, ameaçando tudo quanto mexesse, à esquerda e à direita!
Foi também por essa época que no refeitório de um certo colégio universitário ali à 28 de Maio, vi voar por sobre duas mesas, um actual presidente de governo regional...só para não se perder a prática! Não foi, Carlinhos?
A César o que é de César.